terça-feira, 11 de agosto de 2009

O contador de histórias

Olá, galera!

Estou em falta com o blog! Mas tenho uma explicação. Passei essa semana quase toda na casa da minha tia e lá fico sem internet pois ela é monopolizada pelo meu primo. Então, desculpem-me.

Sei que, no post anterior, prometi que iria falar sobre "À deriva". No entanto, resolvi mudar meu foco pois ainda não vi este, ou seja, eu acabaria falando de um filme sobre o qual ainda nem tenho uma opinião formada. Devido a isso, resolvi esperar para assisti-lo. Portanto, vou falar um pouco sobre "O contador de histórias", o qual vi no sábado.

Não estou aqui para fazer uma análise técnica sobre o filme, mesmo porque não tenho gabarito para tal. Meu objetivo é apenas dar a minha humilde opinião sobre o mesmo, então, não me xinguem caso vocês discordem de mim, ok? Para informações mais aprofundadas, visitem o meu site preferido sobre cinema: http://www.cinemacomrapadura.com.br/*. Ele é muito bom quando o assunto é a sétima arte.

*Vale lembrar que não estou ganhando qualquer contribuição financeira ou moral para falar do site.


"Naquele dia, eu queria morrer".
Esse era o desejo de Roberto Carlos Ramos, o nosso contador de histórias, logo ao iniciar o filme.

De família muito pobre e com nove irmãos (essa história já é bem conhecida pelo povo brasileiro), o caçula de seis anos, Roberto, é levado pela mãe para a FEBEM.

Naquela época, a instituição era usada como internato permanente para crianças cujas famílias não tinham condições de criá-las, porém, era necessário ter no máximo 7 anos para entrar na mesma, por isso somente nosso protagonista pôde ser levado para lá.

É nessa fase de sua vida que podemos apreciar as melhores cenas. Quando o menino usa de sua imaginação para citar fatos que o cercavam, observamos, de uma forma muito interessante, sua realidade, seus sonhos e suas expectativas.

Todavia, ao atingir os sete anos, todas as crianças eram transferidas de setor. É aqui que a brincadeira termina.

Violência, descaso e desesperança são apenas algumas das palavras a serem usadas daqui para frente. É a partir de agora que ele é apresentado ao "mundo real" e que começa a ter de enfrentar vários desafios, tanto aquém quanto além dos muros de seu "lar".

Por não suportar mais aquele local, o garoto foge centenas - literalmente - de vezes, mas sempre é capturado novamente. Numa dessas capturas, aparece a pedagoga francesa Margherit, mostrando, claramente, que ela será sua salvação. Ela faz-lhe algumas perguntas e lhe pede para contar sua história. Então, inicia-se a conturbada e crescente relação dos dois.

Ao sofrer o maior trauma de sua vida (não vou dizer qual, obviamente), ele corre para a casa de Margherit e lá se esconde no banheiro, ficando por alguns dias sem sequer falar com ela. Depois de muita paciência e muito carinho despendido por ela, ambos passam a se conhecer melhor e a estabelecer um sentimento.

Daí pra frente, mais drama é acrescentado e o relacionamento deles só tende a aumentar devido a uma série de acontecimentos. No entanto, o rendimento da película começa a cair e, am alguns momentos, dá até vontade de dormir.

O que mais me irritou foi o descaso que tiveram com o encerramento. A pedagoga é totalmente esquecida, merecendo somente um off do verdadeiro Roberto (ele faz certos offs em algumas cenas), e o garoto ganha um final feliz digno de novela da Globo. Nada é perfeito, certo? xD

No que diz respeito aos atores, poderia repetir mil vezes que adorei a perfeita atuação de Maria de Medeiros. Ela tem a doçura, a paciência e a loucura nas medidas certas. Sem dúvida, dá um show! Já Roberto é representado em três diferentes fases, com seis, treze e vinte anos. Daniel Henrique interpreta o de seis, mostrando que já e um excelente ator, independente da idade. Paulinho Mendes, o de treze, também é de uma qualidade incrível. Já Cleiton dos Santos, o mais velho dos "Robertos" é um desastre. Mesmo sendo, supostamente, mais experiente, é uma lástima.

Também gostaria de ressaltar a atriz que dá vida à mãe, sem nome, diga-se de passagem, do garoto. Ela consegue transmitir todo o desespero de uma mulher que tem de praticamente abandonar o próprio filho para lhe fornecer condições de alcançar, ao que ela imagina, uma situação financeira melhor.

Apesar de bem previsível, o filme é uma lição de vida. Para todos nós que vivemos reclamando das mínimas coisas, é um momento para parar e refletir qual rumo estamos dando à nossa existência.

Quais são nossas prioridades?
O que realmente estamos "plantando"?
O que esperamos para o futuro?

Uma infindável série de perguntas surge em nossas mentes. Quanto às respostas... bem... essas ficam à cargo de cada um.

Longe de ser uma grande produção e sem aspirações a prêmios ou louvores, "O contador de histórias" veio apenas para fazer jus ao seu título, contar uma história. Contudo, não uma qualquer, mas a história de um homem que foi capaz de escrever seu próprio futuro graças à ajuda de uma mulher que venceu o preconceito.

Gostaria de pedir aqueles que assistirem, por favor, dêem sua opinião depois, certo?

Quanto aos posts, aceito sugestões.

Um grande abraço a todos e até a próxima.

Rodrigo, MtF.

Um comentário:

  1. Bom, considerando que assistimos juntos o filme, aproveito o espaço pra deixar minha opinião, rs... O filme é sem dúvida fascinante, além da história ilustrar perfeitamente uma realidade dura, e que acompanhamos dia após dia. Sem contar a atuação da Maria de Medeiros, não há conhecia muito bem, fiquei maravilhada, atriz deslumbrante.

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