domingo, 16 de agosto de 2009

Mudando de assunto...

Olá, pessoal!

Já que minha adorável prima e companheira resolveu "abandonar-nos" à nossa própria sorte, rsrs (ela diz estar sem imaginação para postar), venho aqui fazer meu terceiro post consecutivo. Contudo, hoje, vou decepcioná-los, ou não, quanto ao tema.

Ao invés de falar sobre algum livro, algum cantor, algum anime, vou tocar em um assunto muito mais tangível a qualquer um que se digne ser intitulado cidadão brasileiro: miséria.

Não tenho a mínima pretensão de mudar o objetivo do blog. Pensamos bastante (não é, Gaby?) antes de criá-lo e não será num impulso que vamos transformá-lo.

Semana passada, estava eu voltando do consultório médico quando, de uma das opressoras janelas do ônibus; por diversos motivos, detesto janela de ônibus; me deparei com uma cena que, a princípio, é muito corriqueira em nossa cidade, para não dizer planeta: duas meninas de, aproximadamente, 8 e 10 anos (pura especulação minha) brincando com, o que imagino eu, tenha sido alguma vez em sua existência um guidão de bicicleta.

Elas estavam acompanhadas por seus pais, uma mulher que parecia ter 35 anos e um homem uns 5 anos mais velho, e o que mais me chamou a atenção foi que, segundos atrás, eu estava admirando a beleza de um colégio de freiras, cujo nome não me vem à memória nesse momento.

Como podemos viver em um mundo tão desigual? Enquanto eu estou aqui a digitar em meu notebook, palavra que aquelas pessoas só devem ter ouvido falar através de transeuntes soberbos que por elas passavam, eles estavam lá, aos farrapos, divertindo-se com, ao que nós consideramos, nada.

Não serei hipócrita a ponto de dizer que sou o ser mais altruísta do mundo, porém, tenho um pensamento, infelizmente procedente de outrem, que jamais me sai da cabeça: atualmente, estamos acostumados com tamanho descaso com as vidas humanas, todavia, só conseguiremos mudar isso, quando deixarmos de ser cegos e passarmos a, ao menos, enxergar a realidade à nossa volta.

Traduzindo: não deixem que essas pessoas se tornem comuns em nossas vidas. Eu sei que é fácil acomodar-se e deixar que o problema persista, mas sejamos fortes e lutadores. Não permitam que esse problema passe despercebido por vocês. Sempre que virem um morador de rua, ou uma família deles, deixem que seus corações se apertem! Deixem que doam! É somente a partir disso que conseguiremos promover alguma diferença, pois a indiferença já tomou conta de nossas almas.

Eu sei que isso é um papo muito idealista, entretanto, se todos começarmos a nos sentir mal com essas situações, chegará um tempo em que nossa consciência não permitirá que continuemos a viver sem fazer coisa alguma. Esse é apenas o primeiro degrau de uma longa escadaria.

Resolvi escrever isso aqui pois precisava compartilhar desse pensamento. Meu coração dói demais quando vejo alguém passando por uma dificuldade que eu não tenho nem ideia de como seja. Reclamar que a passagem está muito cara ou que o café da manhã não está bom é perda de tempo. Há milhões de seres que agradeceriam se pudessem ter esse tipo de insatisfações.

Por isso, valorizemos a vida. A nossa vida, a vida do outro. Assim, recuperaremos o direito de sermos chamados seres humanos.

Um grande abraço e até o próximo post.

Rodrigo, MtF.

3 comentários:

  1. Excelente post, fiquei tão fascinada quando disse sobre esse blog que não resisti e vim prestigiar cada um. E quando eu elaborar algo bom a ser compartilhado, pode deixar que não exitarei em te procurar! ;)

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  2. Interessante abordar essa assunto, não só em questão da relevância mas como forma de conscientização. Nas minhas aulas de psicologia discutimos muito sobre isso, a gradativa insensibilidade das pessoas em ajudar ao próximo, assim como a invisibilidade social quando se torna mais fácil ignorar a realidade.

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  3. Obrigado pelos elogios e pela visita, Cela.
    Estou aguardando ansiosamento pelo seu post ^^
    A propósito, gostei da expressão "invisibilidade social". É a mais pura verdade! É muito fácil ignorar a realidade e viver fingindo que está tudo certo enquanto não está.
    Beijos e até a próxima visita.

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